quarta-feira, 1 de junho de 2011

O maior inimigo da verdade é frequentemente não a mentira - deliberada, planejada, desonesta - mas sim o mito - persistente, entranhado e irreal. 
                                                         John F. Kennedy


Toda a beleza do mito é justamente seu mistério inacessível, seu enigma não decifrado.

Arnaldo Jabor.

Mito e Filosofia

As pessoas em geral procuram obter o conhecimento e a sabedoria das coisas e, para tal, utilizam instrumentos. Por exemplo, um alpinista para chegar ao pico de uma montanha utiliza equipamentos específicos. O filósofo – amante da sabedoria – tem como instrumento a reflexão.

No início dos tempos o homem começou a refletir e desenvolveu naturalmente a necessidade de explicar o mundo. Tanto sua capacidade de raciocinar, quanto seu conhecimento dos fatos eram limitados e escassos, apresentando, assim, explicações que não eram totalmente corretas. Estas explicações repletas de fantasias e erros deram origem aos mitos. Estes explicavam o desconhecido com base na experiência particular de cada comunidade.

Assim, segundo o antropólogo Lévi-Strauss, “mito é a explicação do mundo por princípios simbólicos, muito próxima da religião”.As comunidades, no entanto, comunicavam-se e perceberam – com o tempo - que estas explicações eram contraditórias, pois para o mesmo problema (por exemplo, a seca) cada comunidade inventava um mito que pretendia explicar o evento. A partir da constatação de que os mitos não eram suficientes para responder às necessidades humanas de conhecimento, surgiram as explicações filosóficas (por volta do século VII ou VI a.C.), que utilizavam a capacidade de reflexão do Homem com o objetivo de conhecer a verdade. O que a diferencia dos mitos é seu objetivo de explicar logicamente e racionalmente os fatos. Inicialmente, a filosofia referia-se a todas as áreas do conhecimento humano, isto é, Matemática, Física, Biologia, Química, Geometria, etc. Seu objetivo, com o passar dos séculos, foi restringido e se separou das demais ciências. 
O filósofo diferencia-se, atualmente, do cientista, na maneira como se interessa pelos problemas estudados. 
O cientista pretende explicar sistematicamente um fenômeno, enquanto o filósofo se preocupa em entender: - O que é um fenômeno? Por que ele existe? Procura as causas primeiras. Enquanto o cientista estuda as coisas que existem no universo, o filósofo estuda o porquê das coisas estarem no universo e serem o que são. A natural vontade do Homem de conhecer a essência profunda das coisas e descobrir o sentido da vida não preocupa a Ciência, mas sim, a Filosofia.